de Woody Allen
Woody light
Scoop é o segundo filme consecutivo de Woody Allen rodado em Londres. Scoop é o segundo filme consecutivo de Woody Allen rodado em Londres com Scarlett Johansson, a sua nova musa. Mas se em Match Point esta o tinha inspirado numa história amarga e inesperada de ambição, desejo, traição e morte, em Scoop Johanson inspirou uma história de ambição, desejo, traição, morte e humor.
A obra anterior do autor nova-iorquino prometia um regresso a temas tão bem explorados ao longo da sua carreira, quase estabelecendo um pararelismo com Crimes and Misdemeanors de 1989, mas Scoop vem retomar a veia cómica ressurgida nos seus filmes mais recentes naquilo a que se pode chamar de Woody light. Aqui a morte não é temida como um fim inevitável. É, ao invés disso, o ponto de partida para uma narrativa que se desenrola numa lógica de comédia de situação. Um improvável furo jornalístico cai no colo de Sondra Pransky (Scarlett Johansson a fazer de Woody Allen) que com o auxílio de Sid Waterman (Woody Allen a fazer de, bem, Woody Allen) inicia uma investigação que implica uma aproximação muito pouco profissional ao sujeito investigado (Hugh Jackman), um potencial assassino em série.
A execução de Scoop é Allen vintage. Narrativamente ecconómico e visualmente sóbrio é na interacção entre as personagens e nos diálogos que o humor se revela e onde se encontram algumas das pérolas a que nos habitou. É impossível não passar alguns dias após ver este filme sem esboçar uns sorrisos aos lembrarmo-nos de uma ou outra tirada. Depois de Match Point talvez se esperasse mais do próximo Allen mas, ao ritmo de um filme por ano, não teremos de esperar muito para ver por que caminho irá o próximo.