de James McTeigue
Terrorismo inspirado
Não conhecendo a novela gráfica de Alan Moore que deu origem a V for Vendetta vi o filme de James McTeigue com um conhecimento quase nulo do que ía encontrar. Adaptado pelos irmãos Wachowski, após o desaire da conclusão da trilogia The Matrix, V for Vendetta lida com temas tangentes àquele. Numa Londres futura impera um estado fascista. Uma noite o destino de Evey cruza-se com o de V, um terrorista com um passado trágico disposto a iniciar uma batalha contra o sistema totalitarista que reina.
O grande trunfo deste filme é a personagem de V. Presumo que este mérito seja do texto original de Alan Moore. V esconde a sua verdadeira identidade atrás duma máscara de Guy Fawkes, personagem real que em 1605 planeou destruir as casas do parlamento londrino. A sua presença em ecrã é magnética e nós, espectadores, tal como Evey, somos aliciados pelo seu discurso poético e inspirado. Aqui. ao contrário da imagem do terrorista que reina no mundo actual, os meios radicais com que opera fazem de V uma inspiração pela luta pela liberdade e pelo direito ao individualismo. À medida que se conhecem as suas motivações, não só Evey, mas toda uma sociedade cansada da opressão em que vive, e apesar do terror imposto, desperta para uma luta de massas que promete desencadear a libertação desejada.
James McTeigue, antigo assistente de realização, estreia-se nas longas-metragens com uma realização sólida. As cenas de acção são empolgantes e o ritmo imposto, em que todas as cenas são relevantes e impulsionam a narrativa para a frente, fazem de V for Vendetta uma óptima experiência que promete não se esgotar na primeira visão.
1 comentário:
"V for Vendetta uma óptima experiência que promete não se esgotar na primeira visão"
Nem mais! A rever, sem dúvida
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