sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Lady in the Water (A Senhora da Água) [2006]



de M. Night Shyamalan

História da carochinha

Eu sou um fã incondicional de M. Night Shyamalan.

Shyamalan, exceptuando os dois primeiros filmes aos quais nunca meti a vista em cima, desde The Sixth Sense tem-nos presenteado com o seu universo e linguagens muito próprias, sempre na fronteira (ou um passo para além desta) do fantástico e contrariando as regras dos filmes de género para nos fascinar com o seu universo muito pessoal. Esta abordagem teve como culminar o sublime The Village, visualmente deslumbrante, respirando sabedoria e confiança na narrativa onde os twists, quase tão sussurrados como as próprias personagens, não eram um fim, mas sim as peças fundamentais para a percepção de um todo maior que a soma das partes. The Village foi mal recebido pelo público e crítica e foi o último filme que Shyamalan fez em parceria com a Disney. O seu projecto seguinte foi o muito conturbado Lady in the Water.

Lady in the Water teve um nascimento difícil. Desentendimentos com produtores demonstravam uma falta de fé no projecto. Quando finalmente estreia Lady in the Water é arrasado pela crítica. Desta vez, lamento dizê-lo, com razão. A história de embalar transformada em filme abre-nos as portas para um universo fantástico onde a narf Story, a titular Senhora da Água, presa no nosso universo num condomínio privado, precisa de recorrer à ajuda dos habitantes do mesmo para regressar em segurança ao seu mundo. As subtilezas desta vez não existem. O universo de habitantes do condomínio como amostra de toda a Humanidade ou a perspectiva de que todos temos um papel relevante num todo maior que a nossa compreensão não alcança são apenas alguns exemplos das mensagens que nos são servidas à colherada numa narrativa muito consciente de si própria, onde a suspensão da descrença é atirada pela janela a partir do momento em que todas as personagens se envolvem sem nenhum esforço de persuasão num conto de fadas dentro do conto de fadas. O pior é que, conto de fadas ou não, há um factor decisivo quando se conta uma história: empatia. Chegar a meio do filme e não estar envolvido com as personagens nem interessado no desfecho do mesmo é sempre mau sinal.

Eu era um fã incondicional de M. Night Shyamalan.

1 comentário:

Zorn John disse...

Eu continuo a ser um fã incondicional do M. Night Shiamalamalalan:)

Gostei bastante deste, mas o meu preferido continua a ser O Protegido.

A Senhora das iáguas soou-me a fábula. Já me tinha esquecido da simplicidade das fábulas.